quarta-feira, 28 de julho de 2010

COLETIVO DE JUVENTUDE DA DEMOCRACIA SOCIALISTA DE MARABÁ

DEMOCRACIA SOCIALISTA
COLETIVO DE JUVENTUDE DA DEMOCRACIA SOCIALISTA DE MARABÁ



O debate sobre juventude no Brasil avançou muito em pouco tempo. É certo que ainda há muito por fazer. Mas e inegável também que, nos últimos anos, foi possível chegar a consensos importantes.
Este texto resgata parte desse acumulo histórico tanto no Brasil quanto em Marabá e sugere pontos de partida para os futuros debates sobre esse tema nas escolas, universidades, grupos juvenis e no próprio partido dos trabalhadores.
No Brasil, a juventude tem ganhado espaço na mídia, nas pesquisas acadêmicas e nos debates públicos principalmente nos últimos 15 anos. Uma das razões para essa recente visibilidade e que atualmente, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de geografia e Estatística), cerca de 50,5 milhões de brasileiros, um quarto da população do pais , têm entre 15 e 29 anos. Esse grupo etário nunca foi tão numeroso, em termos absolutos, como é hoje.
Essa “onda jovem” tem gerado, ao mesmo tempo, preocupação e esperança.
A preocupação é porque o Estado não se preparou para receber adequadamente esse enorme contingente de jovens. A oferta de bens e serviços públicos é insuficiente para atender toda a demanda. O Ensino Médio ou no mercado de trabalho, por exemplo, ainda estão longe de atender a todos. Soma-se a isso o baixo conhecimento do poder público sobre a realidade juvenil, o que em muito casos provoca um desencontro entre as demandas dos jovens e as políticas públicas.
Além disso, a família passa por transformações profundas. Por exemplo, jovens que assume a chefia da casa, irmão e irmãs que se incorporam à prole vinda de outros casamentos estão modificando as relações de convivência domestica do parentesco.
A escola, por sua vez, há muito não consegue motivar os estudos e dar sentido às suas experiências educativas.
O resultado da equação é alarmante, os jovens em idade de trabalhar encontram barreiras para conseguir e manter uma atividade remunerada. Além disso, enfrentam sérias dificuldades para concluir os estudos e ingressar na universidade. A juventude é, também, como vitima ou agressora, a principal protagonista da violência nos grandes centros urbanos.
Por essas e outras, é possível afirmar que os brasileiros jovens foram muito afetados pelo modelo econômico adotado nas ultimas décadas, que aprofundou significativamente a exclusão social. A juventude ficou sem acesso aos serviços públicos básicos e não desfruta dos seus direitos mais fundamentais. A cidadania para muitos jovens, por enquanto, ainda é uma cidadania incompleta.
Um olhar superficial sobre essa situação pode fazer pensar que a juventude é um problema. Esse tipo de visão resulta num tipo de política pública em que o jovem deve ser controlado nas suas manifestações e domesticado no seu comportamento. Porém, cada vez mais pessoas e instituições defendem que a juventude pode contribuir para as soluções. Essa visão considera que o investimento nos jovens é essencial para o desenvolvimento do país.
Os jovens podem exercer uma influencia positiva e determinante tanto sobre seus pais quanto sobre seus filhos. Nessa privilegiada posição intergeracional, a juventude é um elo entre o Brasil que temos e aquele que devemos construir.
Mais que promessa, é um dado de realidade: os jovens, em considerável proporção, estão interessados e ativos, desenvolvendo outras formas de engajamento por mudança éticas, sociais, culturais, políticas e ambientais.
É claro, não se trata de idealizar nem de atribuir aos jovens um papel heróico, como se nós pudessemos redimir a historia e resolver todos os problemas. A juventude sozinha não vai transformar o país. Mas ao mesmo tempo, é difícil imaginar qualquer transformação profunda sem a participação da juventude.
Entre preocupação e esperanças, uma coisa e certa: é preciso falar sobre juventude. Porque, por um lado, os jovens precisam do Brasil. E, por outro, é o Brasil que precisa de nós.

“Crescemos! agora e hora de pensar grande” – Kizomba /Marabá

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